terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sudão: A islamização e o desafio de prosseguir

O pastor M.A. é um dedicado ministro da palavra. Bem equipado, possui estudo no exterior e pastoreia uma das grandes igrejas de Khartoum, além de dirigir um seminário bíblico. Até um mês atrás, sua igreja tinha 400 pessoas. No último domingo havia 60. Mais de 300 de seus membros são originários do sul do Sudão, e voltaram para a região por conta da emancipação do novo país.

O Sudão do Sul sagrou-se a mais nova nação do mundo e o 193o país da ONU, tudo a partir do último dia 9 de julho. A nova república é constituído por grande maioria cristã, pelo menos em termos nominais. Com isso, os muçulmanos se concentraram no norte. E o presidente Omar Al-Bashir declarou que, de agora em diante, o Sudão será um país 100% islâmico, visto que as tribos foram emancipadas. Não há intenção de tolerar diversidade cultural e religiosa.

Mas a igreja continua no norte. E a perseguição começou.

Nesses dias em que estive lá, visitei ambos os países. Os dois são marcados por extrema pobreza e falta de desenvolvimento. No sul, no entanto, percebe-se a euforia, e o cristianismo nominal bate à porta. A guerra e a perseguição fizeram com que o povo se aproximasse de Deus por algum tempo. Com o fim dessas, porém, líderes locais afirmam que a liberdade já parece ocidentalizar a mentalidade da igreja, gerando pouco compromisso. Os pastores mostraram-me cristãos bêbados nas ruas, celebrando a emancipação. Quando mal utilizada, a liberdade pode enjaular-nos.

No Norte, porém, os perseguidos caminham juntos. Participei de reuniões com os principais líderes anglicanos, presbiterianos, assembleianos e interdenominacionais. Vi que sua mobilização gira em torno da evangelização das regiões mais islamizadas do norte: “Agora, sem o sul, somos reconhecidamente um país islâmico. Portanto, somos um povo não alcançado” – disse-me um influente líder local.

No norte estão os que chamamos “muçulmanos convertidos”, ou em inglês MBBs (Muslim Background Believers). Esses são os que mais sofrem, visto que, nessa parte do mundo, abandonar o Islam pode constituir crime passível de pena de morte.

A MAIS quer trabalhar de perto apoiando os referidos pastores convertidos do Islam, oferecendo treinamento e recursos. Já agendamos alguns seminários e pretendemos iniciar projetos de suporte financeiro. Um trabalho arrojado, secreto e que demanda grande investimento Se quiser contribuir com nossos projetos no Sudão, fale conosco através do e-mail contato@maisnomundo.org. Sobre todas as coisas, sua oração será o nosso sustento!

Continuemos a caminhar, sonhando que a igreja sofredora torne-se igreja triunfante. A Ele a glória!

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