sexta-feira, 31 de agosto de 2012

domingo, 5 de agosto de 2012

Por Renato Vargens 

Certa vez um irmão em Cristo compartilhou comigo dizendo: Fulano virou missionário pois não tinha competência para conduzir uma igreja. Em uma outra ocasião um pastor amigo afirmou que na sua percepção as mulheres vocacionadas ao ministério que não se casam, não possuem outra opção na vida a não ser virarem missionárias. 

Pois é, parece que parte da igreja evangélica brasileira considera o trabalho missionário, como inferior. Isto se percebe nitidamente na forma de tratamento que o missionário recebe, isto sem falar é claro, nos baixos salários que lhes são pagos. O descaso com que algumas igrejas tratam os seus missionários é impressionante. Basta a crise bater a porta que a primeira coisa a ser cortada é o salário do obreiro. Lamentavelmente nas reuniões de ministério, conselhos, ou assembléia, volta e meia aparece alguém dizendo: “pra que mandar esse dinheiro todo para o missionário? Não temos condições! Nossas contas estão elevadíssimas, precisamos cortar gastos.” 

Caro leitor vamos combinar uma coisa? Além de pagar mal (porque missionários na maioria das vezes recebem esmolas e não salários) a igreja ao enfrentar uma crise financeira quer diminuir o salário do missionário? Por favor responda sinceramente: Seria isto justo? Por acaso o missionário não tem contas à pagar? Não possui aluguel, não tem que comprar alimentos, pagar a escola dos filhos, vestir-se, comprar remédios? 

Pois é, o problema é que boa parte da igreja tá se lixando para os missionários e suas missões. Infelizmente, não são poucos que diante da falta de recursos por parte da igreja são obrigados a desistir dos seus projetos, retornando ao país de origem. 

Prezado amigo, assusta-me o fato em saber que a Igreja de Jesus gasta milhões de reais anualmente embelezando seus templos enquanto quase nada se faz em prol do trabalho missionário. Para piorar a situação, em nome de uma visão megalomaníaca pastores investem os recursos do Reino comprando carros, helicopteros e aviões, cujo benefício é nada mais , nada menos do que o seu próprio bem estar. 

Não me admiro em saber que no mundo inteiro a tarefa da Grande Comissão ainda esteja por se realizar! Cerca de 90% do dinheiro arrecadado na igreja é investido na própria igreja, sete por cento em iniciativas evangelísticas onde o evangelho já foi pregado antes, e apenas três por cento em iniciativas missionárias para aqueles povos que nunca ouviram o evangelho. 

Isto posto, penso que a Igreja de Cristo precisa rever seus conceitos quanto ao seu investimento no trabalho missionário. Em minha caminhada pelo mundo, tenho conhecido gente santa e compromissada com o Evangelho da Salvação Eterna, e que por amor ao Pai, saíram de seus países , indo para a Amazônia, Africa, Ásia, Peru, Haiti e centenas de outros lugares mais, cuja paixão é o de anunciar o Desejado das nações. 

Diante disto, afirmo sem titubeios que pessoas deste quilate , não devem ser tratadas com desprezo e indiferença, antes pelo contrário, devem receber por parte da igreja brasileira todo apoio possivel, o que inclui investimento financeiro. 

Pense nisso!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Índios evangélicos aumentam 42% em 10 anos e já são 210 mil



O número de índios evangélicos aumentou 42% nos últimos dez anos, conforme dados do Censo 2010. Eles são 210 mil e já correspondem a 25% da população indígena.


O crescimento segue tendência geral da população brasileira --o aumento de evangélicos foi de 61% entre 2000 e 2010, e o grupo corresponde a 22% dos brasileiros. Mas com a peculiar característica de ser impulsionado por organizações que tentam levar a evangelização mesmo a áreas isoladas.

A organização de grupos evangélicos com essa missão tem aumentado, afirma Carlos Travassos, coordenador-geral do setor que monitora tribos isoladas e de recente contato na Funai (Fundação Nacional do Índio).

O trabalho conta até com apoio logístico de aviões em áreas de difícil acesso, graças à Asas de Socorro, uma das 15 agências missionárias evangélicas filiadas à AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras).

Bancadas por igrejas, empresas e voluntários, são ligadas a várias denominações e fazem ações de ensino, assistência social e treinamento de líderes indígenas.

O treinamento é a base da ideia da "terceira onda" evangelizadora: depois de missionários brancos estrangeiros e brasileiros, chegou a vez de os próprios índios atuarem.

A maioria dos índios evangélicos é ligada à Assembleia de Deus, 31% do total ou 64.620 pessoas. Em segundo lugar vêm os batistas, com 17%, ou 35,5 mil pessoas.

Em Chapada dos Guimarães (MT) funciona a Ami, escola para índios cujo lema é formar "discípulos de Jesus Cristo" e criar uma igreja "genuinamente indígena em cada tribo do Brasil".

Eles são preparados para repassar os conhecimentos aprendidos a suas comunidades --"da maneira deles", diz o pastor indígena Henrique Terena, presidente do Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), que se define como o maior movimento evangélico indígena do país.

Na última semana, o Conplei organizou na Ami um congresso que reuniu cerca de 2.500 pessoas, com 81 etnias do Brasil e de outros países, segundo a organização.

Eles comemoraram o marco simbólico da primeira evangelização indígena, quando missionários escoceses chegaram à aldeia de índios terenas, em 1912, em área hoje de Mato Grosso do Sul.

Também retrato de tendência nacional, o percentual de católicos indígenas também caiu nos últimos dez anos, de 59% para 50,5% da população indígena.

A Igreja Católica, com missões iniciadas no século 16, está presente em 185 povos, com missionários ligados ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário). A AMTB diz atuar com 182 etnias.

ATRITOS

A penetração religiosa já foi foco de atritos com a Funai. Em 2005, a fundação criticou o grupo Jovens com uma Missão, que retirou crianças de uma aldeia no Amazonas para tratamento médico em São Paulo.

Nos anos 80, integrantes da Missão Novas Tribos foram expulsos da tribo isolada dos Zo'é, no Pará, depois que os índios contraíram doenças.

A Funai vetou em 1994 a abertura de novas frentes missionárias, a não ser as que fossem convidadas pelas comunidades. O entendimento é que os povos têm autonomia para autorizar a entrada.

Para Travassos, a relação de missionários com povos isolados é prejudicial, por impor uma nova forma de ver o mundo. Os evangélicos negam qualquer imposição.

EVANGELIZAÇÃO

Para a AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), que reúne organizações de missionários evangélicos, as ações em comunidades indígenas respeitam a cultura e o direito de escolha dos índios.

Em manifesto divulgado em 2009, a AMTB aponta diferença entre o trabalho de evangelização com a "catequese histórica e impositiva".

"Se as culturas são móveis e mutáveis, por que as mudanças provocadas a partir do conhecimento dos valores cristãos e do evangelho despertam tantas e tão violentas reações quando se trata de culturas indígenas?", diz.

A associação diz não ter ligação com nenhuma denominação específica.

A AMTB afirma que as missões executam projetos sociais que ajudam na preservação linguística e cultural desses povos.

O pastor Henrique Terena, presidente do Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), diz que os trabalhos ensinam técnicas de plantio e atuam no combate ao alcoolismo, por exemplo.

Ele afirma ainda que, no caso de povos isolados, a atuação ocorre mediante convite das tribos. (FL)